Escolher os alimentos certos para compor uma dieta saudável não é uma tarefa fácil diante de todas as opções expostas nas gondolas dos supermercados. De acordo com o estudo Eat, Drink & Be Healthy – Como o consumo em casa está mudando, publicado pela Kantar Worldpanel, as pessoas parecem estar entendendo a importância de uma escolha consciente e os hábitos alimentares nos lares estão mudando.
O café da manhã, por exemplo, continua sendo o momento de refeição mais importante, com as questões que envolvem rotina e saúde liderando os gatilhos de consumo. O levantamento realizado pela consultoria mostrou que a população passou a realizar menos refeições principais, especialmente no almoço e no jantar, e houve um aumento dos momentos de petisco. Além disso, uma das opções que vem surgindo como tendência é ingestão de lanches saudáveis. No Brasil, por exemplo, 59% das ocasiões de consumo no meio da manhã são dominadas por essa categoria, que também ocupa mais da metade desses momentos em países como Portugal e Espanha.
De acordo a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), pessoas que não possuem o hábito de realizar a primeira refeição do dia tendem a ingerir quantidades insuficientes de vitaminas, ácido fólico, cálcio, ferro e outros nutrientes essenciais para o corpo. Marcela Tardioli, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), explica que essa mudança voltada para lanches saudáveis tem foco nos benefícios percebidos para a saúde. “No café da manhã, por exemplo, entre o intervalo da última refeição e a primeira do dia seguinte, há um longo período em jejum. Por isso, é essencial que o primeiro prato do dia seja completo incluindo um pouco de cada grupo alimentar, que são carboidratos, proteínas e gorduras”, pontua.
Já no período da noite, os dados mostraram que os consumidores são mais indulgentes. Ou seja, mais permissivos com o que comem antes de dormir. Na França o chocolate aparece sendo 27% mais procurado após o jantar. Em Portugal o produto apreciado é o biscoito, com 31% das ocasiões de consumo. Analisando os hábitos de consumo do jantar, a nutricionista explica que durante a noite a digestão é mais lenta e comer em grandes quantidades ou alimentos muito pesados podem ser prejudiciais à saúde, afetando o metabolismo e até a qualidade do sono. “Embora o nosso organismo trabalhe mais lentamente após as 18 horas, a última refeição deve ser tão completa quanto à do meio do dia. O ideal é que o almoço tenha 35% do valor energético e o jantar 20%”, diz Marcela.