Pacientes com obesidade ou com doenças associadas agora podem contar com um novo medicamento aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A lorcaserina é indicada para pacientes com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) ou com IMC ≥ 27 Kg/m2 e doenças associada à obesidade, como hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemia, quando somente as mudanças de estilo de vida não estiverem sendo suficientes.
“A aprovação de um novo medicamento para o tratamento da obesidade ampliando o número de opções terapêuticas para uma doença tão complexa, abre perspectivas para muitos pacientes de um maior controle na sua ingestão de alimentos. O uso de qualquer medicamento só é adequado quando associado a modificações de estilo de vida”, comenta a Dra. Maria Edna de Mello, médica da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM-SP.
Após a aprovação do medicamento, é necessário aguardar a definição do preço para que seja iniciada a comercialização, o que deve ocorrer em alguns meses, segundo a médica.
“A obesidade é uma doença muito complexa. Desse modo, a aprovação de um novo medicamento para o tratamento da obesidade é sempre bem-vinda, pois aumenta as opções de tratamento, já que nem todos os pacientes respondem aos poucos medicamentos disponíveis. Remédios para obesidade sempre devem ser prescritos juntamente com modificações de estilo de vida”, declara Dr. Marcio Mancini, médico da SBEM-SP.
Números da Obesidade: de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, cerca de 56,9% dos brasileiros, com 18 anos ou mais, estão acima do peso, o que representa 82 milhões de pessoas. O índice é superior ao calculado em 2003 pela POF/IBGE, que registrou 42%.
Os números da mesma pesquisa mostram que, para os homens, a prevalência de excesso de peso aumenta de 42,4% (em 2002-2003) para 57,3% (em 2013) e a obesidade de 9,3 % para 17,5%. No caso das mulheres, este aumento foi mais acentuado, passando de 42,1% (em 2002-2003) para 59,8% em 2013, ao passo que a obesidade passa de 14,0% para 25,2%.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
A doença está associada a alterações metabólicas como a dislipidemia, a hipertensão e a intolerância à glicose, considerados fatores de risco para o diabetes mellitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares que, até alguns anos atrás, eram mais evidentes em adultos. Nos dias atuais, essas doenças já podem ser observadas em adolescentes com obesidade. Mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares podem estar por trás do crescimento dos números da obesidade.