Cidade firma o compromisso de acelerar os esforços locais para alcançar o fim da epidemia de HIV/AIDS até 2030. A meta de 90% de pessoas com carga viral indectátvel já foi ultrapassadaOo
O prefeito Bruno Covas assinou, na quinta-feira (5), a Declaração de Paris, comprometendo-se com a estratégia de Aceleração da Resposta ao HIV proposta pelo UNAIDS, programa das Nações Unidas criado em 1996, que tem a função de criar soluções e ajudar nações no combate à AIDS.
“Assinar a Declaração de Paris é muito importante para nossa cidade, que conta com unidades especializadas, além de centros de testagem e aconselhamento nessa área da saúde”, disse o prefeito Bruno Covas.
Os prefeitos que firmam este documento têm como compromisso acabar com a epidemia de HIV/Aids nas cidades até 2030, além de atingir as metas 90-90-90 até 2020: ter 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; destas, 90% em tratamento; e que 90% deste grupo esteja com carga viral indetectável.
São Paulo diagnosticou 76,5% das cerca de 99 mil pessoas estimadas vivendo com HIV. Desse total de 76 mil casos detectados, 65% está em tratamento (cerca de 49.400 pessoas). A cidade não só atingiu como ultrapassou a última meta dos 90%, chegando a 93% desta população (o que representa aproximadamente 46 mil pessoas) com carga viral indetectável.
“Esta cidade trabalha de forma muito próxima para a população LGBTI. São Paulo luta para que essas pessoas tenham voz. Um exemplo para o país e para o mundo”, declarou Georgiana Braga Orillard, diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS Brasil).
Para alcançar esses números, o programa de DST/AIDS da capital paulista tem desenvolvido estratégias de prevenções. Entre elas, destacam-se:
– Educação entre pares por meio de projetos voltados para gays e outros HSH (homens que fazem sexo com homens), população trans, jovens, mulheres e profissionais do sexo;
– Atividades de prevenção em espaços de convivência e sociabilidade desses segmentos sociais, além de distribuir preservativos, gel lubrificante fornecer orientações de prevenção;
– Criação de parceria com aplicativos de relacionamento gay e HSH para o compartilhamento de mensagens e ações de prevenção;
– Criação de parceria com festas e estabelecimentos de entretenimento adulto, prioritariamente frequentados por gays e HSHs, para o compartilhamento de mensagens e ações de prevenção;
– Desenvolvimento de estratégias de comunicação nas redes sociais para atingir principalmente a população mais jovem, além dos HSH;
– Aplicativo Tánamão , do programa municipal DST/AIDS – Calculadora de risco e que facilita o acesso aos serviços de saúde por meio da geolocalização;
– Realização de ações de prevenção extra muros (dispensão de insumos e oferta de testagem rápida) em locais de convivência e festas maiores;
– Agentes de prevenção e unidades móveis que vão até as populações de maior vulnerabilidade para infecção;
– Disponibilização de camisinhas masculinas em larga escala em locais de grande circulação como nos terminais de onibus ;
– Campanha Fique Sabendo – realização de testagem de HIV, sífilis, hepatite em unidades móveis em diferentes regiões da cidade;
– Campanhas de agenda nacional/municipal como carnaval, parada LGBTI, entre outras;
– Profilaxia pós-exposição – em 50 unidades de saúde da prefeitura;
– Profilaxia pré-exposição – em cinco serviços da rede especializada, com 534 pessoas em uso desta estratégia, que foi implantada em fevereiro de 2018;
Cidades brasileiras que já assumiram o mesmo compromisso
A Declaração de Paris foi lançada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) em dezembro de 2014 na capital francesa. Seu objetivo é mobilizar esforços locais para o fim da epidemia da doença nos próximos 12 anos.
Em junho de 2017, durante o encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) em Campinas, assinaram a Declaração de Paris, os prefeitos das cidades de Aracaju (SE), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Santana de Parnaíba (SP), Jaguariúna (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES).