No mês de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e pensando no desafio em combater as mudanças climáticas, diminuir o lixo nos oceanos e estimular o uso responsável dos recursos naturais, músicos de Osasco e da capital paulista têm usado sua arte para estimular os 8R (repensar, reduzir, reutilizar, reciclar, recusar, respeitar, responsabilizar-se, repassar).
No Brasil, junho é o mês das festas juninas e têm festas do dia de Santo Antônio, de São Pedro e São João isto significa que não faltam motivos para organizar essa festança com comes e bebes veganos, decoração com artesanato sustentável e roupas confeccionadas a partir de recortes de tecidos usados, ou seja, dá para fazer um arraiá sustentável com boa vontade e criatividade.
O cantor e compositor osasquense Dorgival Nazaro, também professor e coordenador da escola Oficina de Música, cita o respeito aos animais como forma de contribuir para um meio ambiente saudável. “Nas festas juninas há músicas lindas com tema ambiental e que provocam a reflexão como Asa Branca e A volta da Asa Branca, de Luiz Gonzaga, que são tocadas e cantadas por multidões. É possível fazer uma festa junina bonita, colorida, alegre e ecológica”, diz o artista.
“O instrumento clássico vai muito bem com festa junina. Artistas em geral têm tido essa preocupação em unir arte e educação ambiental”, comenta Rosi Cheque, jornalista, estudante de música e colaboradora do Ecomuseu e do espaço Casaviva – cultural e ambiental, ambos em Osasco.
Para Vanessa Silva, compositora e cantora, é importante curtir a festa junina com responsabilidade socioambiental. “A música é, também, um caminho de incentivar as pessoas a cuidar melhor de nossas águas e florestas. A gente pode curtir a festa junina de maneira sustentável, usando, por exemplo, produtos recicláveis na decoração ou até mesmo fazendo doces e salgados vegetarianos e veganos”, sintetiza.
“Existe muita música boa que aborda o tema meio ambiente. Temos Beto Guedes, Djavan, Jorge Benjor e intérpretes do porte de Clara Nunes e Baby do Brasil. São artistas que cantam, o amor, cuidado e respeito pela terra, pelo verde e pela água”, destaca o compositor e cantor Domingos Sávio.
Artistas do Programa Vocacional Música, da Vila Maria, zona norte de São Paulo, estão organizando um Sarau Junino Ecológico, a ser realizado no final deste mês na Biblioteca Pública Municipal Álvares de Azevedo. Data e horário serão confirmados nos próximos dias.
DICAS PARA UM ARRAIÁ SUSTENTÁVEL
DECORAÇÃO: Use revistas velhas e confeccione bandeirinhas – fica colorido e bonito. Outra opção é prender retalhos de tecidos estampados nos varais ou barbante. Caso não tenha toalha de mesa florida, costure retalhos de tecidos em uma toalha. Use plantas para decorar o ambiente colocando tecido florido nos vasos. Espalhe cestos de lixo para cada tipo de resíduo, como papel, plástico, vidro, metal, restos orgânicos e também os não recicláveis.
BALÕES E FOGUEIRAS: No interior é uma prática tradicional comprar madeira para acender a fogueira de São João. Uma alternativa é usar folhas de jornal e papel transparente nas cores vermelho, amarelo e laranja para fazer sua própria “fogueira”. Evite soltar balões, mesmo sem depósito de combustível, o balão junino pode alçar um voo mais alto do que o imaginado e atingir áreas de trânsito de aviões e helicópteros. Um objeto como este numa turbina ou hélice pode levar até mesmo à queda da aeronave. Ainda, quando o balão cai em rios, lagos ou no oceano, polui as águas e aumenta o risco de algum animal ficar preso ou engolir o material, levando-o à morte. Além de causarem incêndios em florestas, são uma ameaça às residências.
ROUPAS/ADEREÇOS: costure pequenos corações/flores/quadrados coloridos em um vestido, blusa ou calça.
BEBIDAS: O quentão e o vinho quente também não podem faltar. Abuse de frutas de época como sucos e batidas.
GULOSEIMAS: Os doces, milhos e bolos podem ser servidos em palhas evitando o uso de guardanapos.
BRINCADEIRAS: Uma festa junina tem brincadeiras. Elabore algumas brincadeiras com temáticas sustentáveis. Por exemplo, faça a pesca com latinhas e garrafas PET colocando-as em uma grande bacia cheia de água, para serem resgatadas, fazendo referência à limpeza dos oceanos. Quem despoluir o “rio” ganha uma prenda. As PET também podem ser usadas para fazer boliche, cada uma serve de pino e quem derruba mais vence a brincadeira.